citaçoes sobre glosters

10-09-2010 13:24

 

 

Criação do Canário Gloster

A escolha do casal

À medida que se aproxima uma nova época de criação de canários, a selecção dos casais é da mais extrema importância. Estas selecções determinarão se nós continuamos a progredir, ou se caímos no retrocesso á medida que decorre a criação e a época das exposições avista-se.

O objectivo deve ser assegurar-se de que cada casal esteja bem "balanceado" e sempre acasalar Corona com Consort. Ao seleccionar casais, eu mantenho sempre na mente o que os criadores entendidos de Gloster dizem como certo: "fêmeas para o tipo e machos para a cor". Assim as fêmeas de Gloster, se são coronas ou consorts, devem ser pequenas, redondas na forma do corpo, têm que ter as caudas curtas, cabeças bem formadas e no geral sejam do tipo bom.

Normalmente a qualidade das fêmeas criadas por nós é mais valiosa do que aquelas que são trazidas de outros criadores, pois na criação própria vai ser possível controlar a proveniência da fêmea, enquanto que uma fêmea desconhecida só vai ser possível avaliar a sua aparência exterior, nunca o que está "por dentro" (hereditariedade), não importa as medalhas, os pedigrees, etc, que lhe são mostrados, não há nenhuma garantia que uma nova fêmea trará muitos benefícios no seu plantel (pelo menos a curto prazo).

Os machos de Gloster necessitam de ser curtos e robustos e devem ter a qualidade excelente da cor e da pena. Alguns pontos da escolha devem ser recordados: um Gloster mais velho será ligeiramente maior do que um da ultima criação e os machos começarão a apertar a sua plumagem e a perder a sua forma á medida que a época de criação se aproxima.

Como sempre, ao tratar dos casais de Glosters não é só as diferenças entre os machos e as fêmeas que precisam de ser consideradas, também temos que ter em linha de conta as duas diferentes formas do Gloster: Coronas e Consorts. A característica distinta do corona é, de facto, a sua coroa, a crista das penas na sua cabeça. A coroa deve ser o mais redonda possível e a suas penas devem ser longas e ter "boa inclinação". Todos nós criamos exemplares com a coroa vincada ou rachada, mas estes devem ser rejeitados aquando da selecção. Se não, a falha pode ser passada sobre às futuras gerações.

O Consort pode ser visto como uma ferramenta usada na produção dos coronas, assim a sua plumagem na cabeça necessita ser suficientemente larga para permitir dar forma aos coronas obtidos. Isto pode ser verificado empurrando as penas principais da cabeça de um Consort para a frente. Use uma moeda de 5 cêntimos fazer isto: posicionando a moeda onde a corona estaria, se as pontas das penas estiverem projetadas na parte dianteira da moeda, você sabe que está com as linhas perfeitas para dar origem a bons coronas. Embora não seja necessário que um Consort tenha uma cabeça muito grande, as sobrancelhas devem ter realce e largura ao longo dos olhos. Mesmo assim existem consorts com as cabeças pequenas, pouco largas e os olhos salientes sem sobrancelhas, que ganham concursos. Isto não é saudável para a selecção e aproximação ao standart definido pelas regras internacionais, isto porque muitas das vezes os juizes dão prémios a tais espécimes porque aquele é o tipo que têm nas suas próprias criações. Mesmo que um juiz possa criar Consorts que não se assemelham ao standart, é o standart que devem ter na mente ao julgar.

 

 

 

 

 

 

Reprodução que se Aproxima


Período Ideal
A época que eu considero ideal para o acasalamento dos canários é do início da Primavera até o principio do Verão, porém quanto a este item há controvérsias pois outros criadores indicam outros períodos, mas o que devemos ter em mente é que não devemos iniciar o acasalamento em pleno inverno.

Iniciando o acasalamento
Este período é fundamental, pois sem ele podemos ter casais que não se dão muito bem, por isso costumo colocar as gaiolas do macho e da fêmea ao lado uma da outra para que o casal passe a se conhecer, a gaiola da fêmea deverá conter o ninho do tipo aberto e alguns pedaços de material para ela fazer o ninho ( pelos de cabra de preferenci). Se possuir mais de um casal faça o mesmo procedimento com todos os casais de forma que os pássaros não vejam os outros casais, para não tirar a atenção do companheiro que nós escolhemos.

Devemos observa-los periodicamente até percebemos que o macho passa a cantar para a sua companheira, e ele irá alimenta-la através das grades, a fêmea mostra seu interesse começando a construir o ninho com o pelo de cabra.

Após percebermos que o casal se identificou e que a femea começou o ninho, devemos juntar o casal para iniciar o acasalamento.

Postura
Após alguns dias do acasalamento a fêmea porá seu primeiro ovo, a quantidade varia de 3 a 6 ovos , sendo a média de 4 ovos.

A postura ocorre pela manhã por volta das 7 horas, após este período devemos substituir o ovo, com uma colher limpa, por um ovo artificial (encontrado nas casas do ramo), o ovo retirado deve ser colocado em um recipiente com algodão no fundo para evitar danificarmos os ovos, duas a três vezes ao dia devemos virar os ovos. Após percebermos que a fêmea já finalizou a postura devemos retirar os ovos artificiais e substituí-los pelos verdadeiros para que se inicie a incubação.

Incubação
O período de incubação a partir do dia em que devolvemos os ovos verdadeiros ao ninho é de 13 dias em alguns casos chegando a 15 dias. Se após 17 dias os ovos não eclodirem, separe o casal e analize se todo procedimento foi feito correctamente, mas existem casos de machos que não fecundam determinadas fêmeas, tente uma mudança de casal.

Filhotes
Os filhotes deixam o ninho entre 25º e o 27º dia. Em alguns dias já estarão se alimentando sozinhos e poderemos separa-los dos pais e iniciarmos novo ciclo da reprodução com o mesmo casal.

 

 

 

 

 

Acaros - Ivomec na ornitologia


Todos nós, com mais ou menos gravidade, já tivemos ou presenciamos problemas de ácaros. Os ÁCAROS são um problema a exterminar.
Muitos criadores têm problemas e estão dispostos a gastar o que for necessário para acabar com esta “praga”, a perda dos nossos reprodutores e crias merece este esforço.

Os ácaros existem no meio ambiente, nas poeiras, nos detritos, um pouco por todo o lado.
Quando as aves por qualquer motivo se cruzam com estes bichinhos, as coisas tendem-se a complicar.
O Sternostoma tracheacolum ( Ácaro da Asma–Fole-de-Canário ), Cytodites Nudus ( Ácaro dos Sacos Aéreos das Aves ), são só dois dos muitos responsáveis por grandes dores de cabeça e desgostos de criadores e amadores que criam aves de gaiola ou ornamentais.
Primeiro instalam-se na boca afectando as vias aéreas. Nesta altura a ave sente-se incomodada e esfrega o bico nos poleiros e grades na tentativa de se libertar dos parasitas, depois deixa de cantar, mas normalmente a ave come bem e está desperta.
Com o tempo os ácaros migram para a traqueia, o que torna a situação mais grave. A ave começa a ter irritação na traqueia e narinas manifestando um mau estar permanente por dificuldades respiratórias, respira com alguma dificuldade (ouve-se o "pio" do respirar") e tosse, passa a comer menos que o normal e as sua fezes começam a ser mais líquidas e esbranquiçadas.
Numa situação já muito grave os ácaros atingem os pulmões da ave e os sacos aereos, contaminando todo o aparelho respiratório. Situação em que se pode já ouvir um ruído tipo assobio constante durante a respiração da ave, no período nocturno este ruído é mais audível. A ave respira com muita dificuldade e mantém o bico aberto e espirra, esfrega a zona da traqueia e parte inferior do bico nos poleiros podendo mesmo provocar pequenas peladas (falta de penas) na zona. A ave alimenta-se com muita dificuldade o que provoca a debilidade da mesma, o seu sistema imunologico fica mais débil e, consequentemente, torna mais frágil a ave, facilitando o aparecimento de outras doenças. Como consequência da sua debilidade fica sujeita a apanhar novas bactérias e outros fungos. Estes problemas contribuem para o agravamento do seu estado de saúde e acaba com uma morte em agonia.

Existem 3 tipos de ácaros uns são externos ouros internos.
Os Externos:
1. Os que sugamo o sangue das aves através da pele no período nocturno (pequeninos e de cor avermelhada/cor do sangue).
2. Os que se alimentam das penas, peles mortas (cor acastanhada claro).
Os Internos:
3. Os ácaros que instalam nas vias respiratórias (traqueia e pulmões).
Nos dois primeiros casos os ácaros podem ser vistos a olho nu, já o terceiro caso torna-se muito difícil a sua visualização.
Em casos mais graves podem provocar morte de crias e progenitores, reproduzem-se e propagam-se com uma velocidade espantosa, e desta forma levam ao desespero muitos criadores.

Como prevenir:
Devemos manter as aves longe de correntes de ar e vento, evitar o contacto com outro tipo de aves (galinhas, pombos, aves silvestres, aves da rua), evitar as poeiras no interior do local onde mantemos as aves (em vez de varrer o chão será melhor limpa-lo com um pano húmido), evitar o sobre-povoamento dos viveiros, manter o local bem arejado, limpar e desinfectar os viveiros com alguma regularidade, desinfectar os ninhos e viveiros depois de cada criação (substituir o interior dos ninhos bem como toda a matéria de construção), sempre que possível utilizar comedouros fechados de modo a que as aves não defequem em cima das sementes, soprar/limpar as sementes dos comedouros de modo a não acumular pó ou restos muito pequeninos, sempre que adquirir uma ave nova faça-lhe uma quarentena antes de a juntar ao seu plantel, comprar sementes o mais limpas possível e por fim, estar atento aos primeiros sinais (isso poderá fazer a diferença entre a vida ou morte das aves.

No combate aos ácaros, temos variados produtos no mercado entre os quais: “MENFORSAN, HIDROVIT, ALLAX, PULMOSAN, FLORA MUCIL, CANIAVES, PIOLHAVES, etc”. Além destes irei destacar mais um no combate desta “praga”, o IVOMEC POUR-ON”. Este produto foi estudado e adoptado por muitos criadores, tome-se em consideração que este produto é de uso veterinários em bovinos e equinos.
-O “IVOMEC POUR-ON” é uma solução tópica para bovinos no combate de: PARASITAS: “NEMÁTODOS, GASTROINTESTINAIS, VERMES PULMONARES, PARASITAS OCULARES E LARVAS DA MOSCA”, faz parte da sua composição a IVERMECTINA 5mg/mL, como podem ver é muito forte, por ser para bovinos a sua utilização na Ornitologia deve ser feita com muita precaução, pois a dosagem é de 1ml por cada 10kgs de peso. O pour-on é uma solução para aplicação tópica e a sua absorção é feita através da pele.
Este produto deve ser aplicado com um conta gotas, sendo a a melhor forma de controlar a quantidade de produto a ministrar na ave.


Modo de administração: deve deitar uma gota no pescoço (abaixo do nuca da aves) as penas devem ser afastadas (abertas) de modo a facilitar a penetração do produto na pele da ave, ou em alternativa na parte interior da membrana alar. Deve-se aplicar antes de iniciar a época da reprodução, os filhotes devem ser “vacinados” assim que forem separados dos pais, na ave esta “vacina” anti-parasitas tem uma validade aproximada de 4 a 6 meses.


Precauções:
1- Produto muito concentrado para a utilização em ornitologia.
2- Evitar a sobre dosagem, pois pode provocar a esterilidade temporária nos reprodutores ou mesmo a sua morte em casos extremos.
3- Evitar a seu uso abusivo no período de reprodução, pode ocorrer a morte dos embriões ou esterilidade já mencionada.
4- Manter um plano de segurança pessoal, evitar o contacto com a nossa pele.
5- Respeitar um intervalo de segurança entre a “vacinação”.
6- Sempre que adquirir uma ave num criador devemos perguntar se a mesma já foi “vacinada”, no caso de a resposta ser positiva deve tentar saber á quanto tempo, neste caso não devemos voltar a “vacinar” a ave se decorreu um período pequeno.

Este produto pode ser encontrado nas Farmácias que vendam produtos para animais. Atenção, se for adquirido na farmácia deve-se perguntar se o mesmo já se encontra diluído, pois é frequente estar num estado de pureza elevado.

 

 

Regras básicas na hora de seleccionar os seus Glosters

 

1. Regras Gerais

1.1. Nunca tomar uma decisão antes da muda total do pássaro. Alguns pássaros que muito prometem inicialmente podem tornar-se uma decepção depois da muda e outros despontarão como um a flor gerando grande surpresa. Dispor de um gloster jovem antes que acabe a muda será um erro, não importa o que aparente enquanto filhote.

1.2. Nunca parta do pressuposto que um pássaro premiado produzirá bons filhotes. A genética de um pássaro é muito complexa e alguns campeões nunca produziram um pássaro para concurso em toda a sua vida. Com uma boa linhagem e limitando o número de genes a trabalhar, concentram-se as probabilidades de termos os melhores pássaros para produzir a melhor descendência.

1.3. A selecção visual é tão importante quanto à linhagem. Ao ter que seleccionar entre pássaros similares, procure saber a linhagem e escolha o pássaro com os melhores antepassados. Nunca guarde um pássaro de má qualidade por causa de sua linhagem. Por outro lado, nunca escolha um pássaro baseado somente em seu aspecto. Há que se fazer um balanço entre aspecto e linhagem.

1.4. Os pés e as pernas são um bom indicador da qualidade do Gloster. Os pássaros com as patas e as pernas grandes são um problema. Será sempre melhor concentrar-se em pássaros com as patas pequenas e as pernas curtas.

1.5. Os pássaros com quistos são um verdadeiro pesadelo para o criador de Glosters. Os quistos são hereditários ou pelo menos a incapacidade para que um pássaro mude de forma sadia. Os pássaros velhos com problemas de saúde podem desenvolver quistos. Os pássaros saudáveis, menores de quatro anos não devem ter quistos. O uso de pássaros amarelos (intensos, com penas duras) nem sempre é solução para o problema. Em algumas linhagens, quando o problema é recorrente, inclusive os pássaros intensos desenvolvem os quistos. O caminho a seguir será seleccionarmos e acasalarmos correctamente, com vista a produzir pássaros livres de quistos.

1.6. O brilho na cor não é necessariamente um indicador de boa qualidade da pena. É um indicador de boa pigmentação. A maioria das pessoas tende em uma regra geral a confundir estes conceitos levando a más opções. A genética não é uma tarefa simples de apreender.

 

2. Que machos guardar

2.1. Os machos férteis podem ser utilizados, geralmente, até aos cinco anos, desde que dêem provas de qualidade na descendência. Os machos que são bons progenitores, com qualidades ao nível de alimentação das crias são inestimáveis. Pense sempre duas vezes antes de se desfazer de um macho fértil e são com estas características.

2.2. Aos machos que não galam os ovos podemos dar-lhe outra oportunidade no ano seguinte, preferencialmente com uma fêmea que já deu filhotes. Se cruzarmos um macho presumivelmente estéril com uma fêmea que nunca criou, não teremos dados suficientes para esclarecer a situação. Convêm utilizar a nossa melhor fêmea de criação para testar o macho em causa. Se, pelo segundo ano, entretanto ele ainda não reproduz, livre-se dele. Mesmo que se possa tentar um terceiro ano, você estará insistindo numa situação que levará ao desgaste desnecessário de boas fêmeas de criação.

2.3. A ideia de cruzar o melhor macho do plantel com tantas fêmeas quanto possíveis tem um impacto negativo. A maioria da descendência estará muito ligada entre si e em um abrir e fechar de olhos teremos que procurar novos genes, com a introdução de novos pássaros no plantel. Assegure-se que mantém os irmãos e os primos do seu melhor macho. Você pode usá-los para diversificação de sua base genética sem mudar a linhagem muito drasticamente. E muitas vezes irá surpreender-se ao descobrir que é a descendência desse macho que está a garantir seus melhores filhotes. A maior parte do tempo os irmãos ou as irmãs de campeões são a melhor aposta, não importando se visualmente não parecem.

2.4. Os machos nos quais se notam sinais de agressividade logo em filhotes são descartáveis. Se for possível livre-se deles. O carácter, como tudo o resto, é hereditário. Tente utilizar os machos pacíficos e calmos para a base do seu plantel.

2.5. Os machos gloster que parecem fêmeas são o seu melhor activo. Serão, geralmente, de tipo excepcional e menores que a maioria dos machos. Pode-se basear uma criação inteira em tais machos, uma vez que as suas filhas serão extremamente difíceis de vencer em concurso. É habitual ter-se machos grandes que mostram muito tipo, mas isto limitará muito que a descendência tenha características de aves de concurso. Se não formos muito cuidadosos, cedo ou tarde as suas fêmeas estarão maiores e aí será muito tarde para corrigir a situação. Seja crítico com o tamanho dos seus machos, isto permitirá um maior controlo do seu plantel e garantirá descendência sem penalizações.

2.6. Assegure-se que os machos mostrem a cor mais intensa. Em geral, as fêmeas mostram cor mais apagada. Se teus varões não são bem coloridos, as filhas deles serão muito desbotadas. De certo não deseja acabar com um plantel inteiro de pássaros desbotados. É muito difícil conseguir boa cor sobre toda a pena e as vezes terá que fazer escolhas entre o tipo e a cor.


 

3. Que fêmeas guardar

3.1. As fêmeas férteis podem ser utilizadas, facilmente, até aos quatro anos, desde que produzam a qualidade que você necessita. O êxito do plantel baseia-se na capacidade de criar boas fêmeas. Como o standard do Gloster se baseia em pássaros pequenos, não há razão para não ter fêmeas dentro do standard. Se você utiliza fêmeas com grandes coronas, pode-se recortar a corona antes do período de cria e ele crescerá na próxima muda. Fazendo isso você aumentará as hipóteses da sua fêmea cuidar melhor de sua prole. Assegure-se de cortar a corona um mês antes de criar para dar à fêmea uma possibilidade de acostumar-se a ver o mundo que a rodeia.

3.2. As qualidades de criação são hereditárias. Considere sempre primeiro as filhas das suas melhores fêmeas criadoras, desde que exibam o tipo que necessita. Uma fêmea de qualidade média mas de bons hábitos de criação sempre será sempre preferível a uma fêmea de qualidade superior com pobres registos de criação. Recorde que se você tem uma linhagem de criação, suas fêmeas podem produzir campeões desde que você não ponha todos os ovos na mesma cesta, centrando-se em sua melhor fêmea. Assegure-se de ficar com as fêmeas que criam bem, mas que estão relacionadas com o seu melhor pássaro. As probabilidades de criar um campeão virão de uma delas.

3.3. A utilização de fêmeas grandes na criação condena toda a futura prole a aumentar de tamanho. Seus filhos serão inclusive maiores e você estará no caminho do fracasso. As fêmeas pequenas são as que melhores resultados lhe darão.

3.4. As fêmeas serão o suporte da forma/tipo do seu plantel. A maioria dos machos são maiores e mais finos que as fêmeas. Se você seleccionar as fêmeas magras e largas, seus filhos não exibirão o standard desejado e destruirão, provavelmente, a qualidade do seu plantel. Às fêmeas com bom tipo podemos atribuir machos que se parecem com elas e assim melhorar definitivamente o seu plantel.

 

4. Que coronas guardar

4.1. O Corona é provavelmente o pássaro mais difícil de se produzir e a maioria dos criadores não possui um leque extenso de pássaros de qualidade para escolher. O criador experiente sabe que muitos compromissos devem ser feitos para se produzir um bom Corona.

4.2. É habitual encontrarmos a melhor corona em pássaros mais alongados. A pluma mais longa permite uma corona mais cheia e de textura mais suave. Se fizermos uma selecção unicamente sobre as coronas mais impressionantes, acabaremos com um plantel inteiro de pássaros compridos e finos. Tenha sempre presente que devemos trabalhar na criação de um pássaro completo, que na altura de se apresentar a concurso exiba uma boa corona assente numa boa forma.

4.3. Nunca guarde um pássaro com a corona defeituosa (partida, torta, descentralizada, forma esquisita, etc.) . Trate de limitar sua selecção a pássaros que mostrem uma corona redonda, com um centro bem definido. A parte mais difícil para a produção é a frontal. Aí precisa-se de abundância de penas. Os pássaros que tem poucas plumas na parte frontal da corona nunca deverão fazer parte do nosso plantel.
Você pode até tolerar outros defeitos desde que o pássaro apresente a parte frontal da corona em perfeita distribuição.

4.4. Os “cornichos” são a queixa mais frequente nos defeitos detectados em Glosters Coronas. As penas ao redor dos olhos tem a tendência de crescer em direcção oposta ao normal, e os pássaros com coronas excepcionais exibem, frequentemente, os “chifrinhos” . Não seja enganado pelos “pseudo-especialistas, pois muitos dos melhores pássaros de exposição são “maquilhados” pouco antes do concurso. Trate de fazer com que o defeito seja eliminado, mas um pássaro excepcional nunca deverá ser descartado baseado num critério só, ainda que este defeito não seja um problema congénito.

4.5. Tente descartar de imediato os pássaros com coronas muito pequenas. Um bom gloster é um pássaro equilibrado, com a corona proporcional com o resto do corpo. Será sempre preferível ter um pássaro com uma grande corona para poder ser trabalhada e alcançar futuros objectivos.

4.6. Isto leva anos, às vezes décadas... criar bons Coronas. Se você tem bons coronas assegure-se de mantê-los cruzando-os com pássaros de qualidade. Se não tem bons coronas, esta na hora de ir às compras. Um bom corona nunca aparece por magia. Lembre-se que existem criadores com sucessivos anos de trabalho nesta raça e provavelmente você não viverá tempo suficiente para repetir o trabalho de gerações inteiras de criadores especialistas.

 

5. Que consortes guardar


 

5.1. Se a sua meta é expor e ganhar com consortes, então deve concentrar-se em consortes. Ainda que esteja demonstrado que os consortes não necessitam das “frentes pesadas” que vimos no passado, você tem que, entretanto, concentrar-se naquela cabeça imponente para atrair a atenção do juiz. Digam o que disserem a sua teoria deve ter sempre presente: ao final os juízes têm a última palavra.

5.2. A criação de consortes não tem as complexidades genéticas dos corona, logo teoricamente será muito mais simples fixar uma característica específica rumo ao nosso Gloster ideal. Sem dúvida o mais importante será ter sempre em mente o ideal de consorte que pretende atingir.

 

5.3. Os consorte de concurso mais perfeitos são, em geral, os pássaros maiores, o que só confirma sua incompatibilidade com seus companheiros corona. O consorte pequeno, com a plumagem muito apertada raras vezes é do gosto do juiz.

 

5.4. Não há nada de mal em se usar um corona para produzir consortes, é isso que faz a maioria das pessoas. Mas assegure-se que o corona usado seja de uma boa linha de consortes. Como é muito difícil avaliar o impacto de uma corona na cabeça de um consorte, você deve confiar nos parentes próximos do corona como indicador.

5.5. Haverá sempre excepções a uma regra, mas na maioria dos casos alguns casais produzem melhores consortes e outros produzem melhores coronas. Isto é verdade ainda dentro de uma mesma linhagem. Os criadores de gloster devem estar atentos a esta realidade para que a possam entender e utiliza-la de maneira vantajosa.

 

5.6. Se seu objectivo é produzir o melhor corona possível, então as regras são invertidas, por exemplo, você deve usar os consortes mais estritamente relacionados com seu melhor corona. A maior parte desses consortes nunca servirá para concurso. Mas, se você deseja ter sucesso deve aprender esta técnica, porque de outra maneira, não importa a quantidade de bons coronas que possua, sistematicamente os destruirá usando seus “melhores” consortes.

5.7. Utilize sempre os consortes que são os que mais próximos se relacionam com seus melhores coronas. É importante, inclusive, não avaliar as qualidades principais nestes consortes, já que não é este seu propósito mas sim atingir coronas de excepção.

 

6. Conclusão


Já que a dificuldade em produzir um corona perfeito te força a um compromisso, na selecção rigorosa do seu plantel de coronas, deve ser muito mais crítico com a forma do corpo do consorte, porque caso eles estejam a ser mal usados nunca conseguira compensar algumas debilidades verificadas no seu corona.
Quer dizer, sendo o objectivo conseguir boas coronas, pode ter que tolerar outras falhas nos seus reprodutores coronas, mas essas falhas nunca devem ser encontradas em seus consortes.
As regras acima indicadas podem parecer muito óbvias, mas conseguir aplica-las todas ao mesmo tempo, será certamente um exercício de paciência interessante.
**Por:Roberto La Rochelle com tradução de Paulo Calvão - em https://glostersdafeliciana.blogspot.com

 

 

 

 

 

 

 

O Gloster Canela

 

Canela para principiantes

Em minha opinião, os tons subtis do gloster canela pôs esta variedade de cor entre as cores de canário mais atraente.
Devido á habilidade dos canelas para melhorar a estrutura da pena, o criador de Gloster’s encontrará vantagem nisto ao manipular sangue de canela em linhas semelhantes da mesma forma que acontece com os Intensos.
Regras semelhantes ás usadas no estudo dos (Yellows) Intensos, o uso de muito sangue de canela no seu plantel conduzirá a uma perda de forma na cabeça e na qualidade do pescoço. Porém, como com os Intensos, pode ser usada a boa qualidade da plumagem de canela como uma vantagem.


Ligação ao sexo
A herança da canela, têm ligação ao sexo, normalmente é difícil para um iniciado entender.
Porém quando devidamente explicado, é relativamente simples.
O gloster canela é efectivamente uma ave tri-colorida, sendo a sua cor básica ou cor de fundo, o amarelo ou o buff que são chamadas cores lipocrómicas.
Sobreposto nesta cor aparece os pigmentos pretos e castanhos, conhecidos como melaninas.
No gloster verde, a cor natural do canário selvagem, muito do castanho é mascarado pelo domínio do negro, mas se nós removermos a presença das melaninas pretas e deixarmos só as castanhas, ficamos perante uma ave canela.
Agora, aqui vem a parte confusa, há dois tipos de aves canela:
Primeiro, a canela visual. Estas aves têm os olhos vermelhos em jovens, que escurecerão até a idade adulta, na qual ficarão cor de ameixa, a cor da pena que a ave mostrará será a canela.
Segundo, portador de canela (canela não visual). Tudo o que foi dito anteriormente na canela visual acontece aqui, excepto a cor da pena, porque apesar de ser uma ave cheia de canela, ela está impossibilitada de expressar a cor canela na pena.
Genéticas
Como resultado de acasalamento canela, o macho pode ser um destes três tipos:
1. Canela (canela visual)
2. Portador de canela (canela não visual)
3. Sem canela
A fêmea pode ser canela neste caso ela mostra isso visualmente, ou sem canela.

Há cinco possíveis acasalamentos que envolvem coloração canela:
Acasalamentos Resultado
1.
Macho sem canela X Fêmea canela Machos portadores de canela. Fêmeas sem canela (note-se que todo o macho portador de canela é normal em coloração, isto é, canela não visual)
2.
Macho canela X Fêmea sem canela Machos portadores de canela. Fêmeas canela visuais (o resultado deste acasalamento as fêmeas descendentes podem ser determinadas pela saliência dos olhos rosa uma maneira de manifestação nos canelas).
3. Macho portador de canela X Fêmea sem canela Machos e Fêmeas sem canela. Machos portadores de canela. Fêmeas canela.
4. Macho portador de canela X Fêmea canela Machos portadores de canela. Fêmeas sem canela. Machos e Fêmeas canela.
5. Macho canela X Fêmea canela Toda a descendência canela.
Nota:
As fêmeas não podem herdar o gene de canela da mãe dela, nem ela o pode transmitir ás filhas dela. Ela só pode receber isto do pai dela e só pode passar isto aos filhos dela.

 

 

 

 


 

O Gloster Ideal 

Muito se tem dito sobre a arte de escolher um canário para a reprodução. Criadores, experientes ou não, falam de campeões que quase nada transmitem de qualidades aos seus descendentes; falam também, de canários com baixa pontuação em concurso, mas por serem portadores de boa linhagem, são bons "raçadores", isto é, transmitem aos seus descendentes características desejáveis da raça.
Muitos criadores compreendem o alto grau de segurança ao adquirir um canário para reprodução, oriundo de um Canaril com bons exemplares.
Quando me propus a escrever sobre a escolha de um canário de porte para a reprodução, mais especificamente, o Gloster, não o fiz com a pretensão de produzir um tratado científico discutindo possibilidades genéticas. Saberes científicos são complexos, estão nos livros e todos os criadores, com mais ou menos experiência na canaricultura, tem obrigação de saber sobre eles.  Escrevo com  a intenção de refletir sobre o acto subjetivo de ver o canário.

Porquê o Gloster?

Escrevo sobre o canário Gloster porque fui cativado por sua graciosidade e pela harmonia dos seus movimentos. Isso não se explica, faz parte da imensidão da alma humana. Todas as raças de canários têm seus admiradores. Foi dito que o canário Gloster, como todos os canários de porte, é uma escultura, uma obra de arte. O Manual de Julgamento de Canários de Porte, publicado pela Ordem Brasileira de Juizes de' Ornitologia, Edição 97 diz o seguinte: "Na canaricultura, o segmento dos canários de porte pode ser comparado à escultura. Os criadores procuram através de cruzamentos judiciosos produzir pássaros que se assemelhem, ao máximo, na forma, posição e plumagem a um modelo preestabelecido denominado padrão da raça". Ora, se é uma escultura, resta ao criador aprender a olhar e ver com sensibilidade e conhecimento. O desenvolvimento dos sentidos para compreender e conhecer um canário Gloster ideal necessita de aprendizado.
Numa primeira olhada um canário Gloster é "apenas um Gloster" de boa ou má qualidade. Já numa segunda vista, dependendo dos conhecimentos de cada criador, surgem os detalhes, que serão avaliados como características da raça.
Ninguém se transforma num bom conhecedor de Gloster de um dia para o outro, mesmo os mais instruídos necessitam do tempo.
O tempo acomoda os saberes e forma na memória um padrão ideal da raça. Para aprender é preciso exercitar visitando exposições, criadores e dialogar com juizes especialistas na raça Gloster. Faz parte das pessoas comparar a imagem de um lugar ou de um objeto ou de um animal, com imagens ou impressões guardadas na memória. 
Quando um criador se propõe a adquirir um canário Gloster, o julgamento que ele faz "a priori”, é comparar o canário que está vendo com o canário existente na sua memória. Pode-se chamar isso de uma avaliação perceptiva, consciente e técnica.
Pode ocorrer, muitas vezes, que a imagem do canário guardada na memória está aquém da  imagem do Gloster ideal. Quando isso acontece, o  criador, sem se aperceber, adquiri um canário com  as mesmas virtudes e os mesmos defeitos os seus, isto é: com o mesmo formato da cabeça, topete, cílios, plumagem, postura, cauda, pernas e patas, forma e tamanho.
A dificuldade para avaliar um canário Gloster é perceber a harmonia entre os diversos  segmentos do seu corpo. Harmonia quer dizer disposição bem ordenada entre as partes de um todo; quer dizer ainda proporção, ordem e simetria. A complexidade para quem avalia um canário Gloster é uma arte, um jogo de combinar peças: cabeça e pescoço; pernas e patas; topete e ponto central e pescoço; presença de cílios ou sobrancelhas; tamanho e cauda; forma e plumagem (penas curtas, médias e longas), postura, movimentos e condições de saúde. Aprender a olhar e a ver é um exercício que exige um longo tempo.

PARA APRENDER A VER

Os olhos obedecem à ação da mente. Assim, o primeiro passo que um criador deve dar para a escolha de um Gloster ideal é a abstração. Aprender a ver é um exercício que exige o desenvolvimento do gosto, da sensibilidade e do intelecto.

O gosto (lat. gustus: sabor), em um sentido genérico é o instrumento e o árbitro do discernimento estético. Aprender a julgar com critério e sensatez um canário Gloster é ter desenvolvido na alma o sentimento do belo e da harmonia que existe entre as partes formadoras desse canário;

A sensibilidade (lat. vulgar sensibilitas), em um sentido genérico, é a capacidade que o criador tem de sentir, de ser afetado pela beleza e a harmonia da forma do canário. De receber todos esses estímulos através dos sentidos, principalmente da visão;

A inteligência (do lat. vulgar intelligentia) em um sentido genérico se aproxima de intelecto, entendimento e razão. É a individualidade de cada criador. O intelecto dá autonomia ao criador. Entendimento é a faculdade que um criador adquire de compreender ou pensar por idéias gerais ou conceitos. A razão é a capacidade de julgar que caracteriza o ser humano, de distinguir o verdadeiro do falso. Se a primeira fonte que temos ao olhar um canário Gloster é a sensibilidade, a segunda é o entendimento, poder de julgar, poder de conhecer o não sensível. Por isso, desenvolver a inteligência de um criador para o canário Gloster envolve sentimento, percepção, memória, raciocínio, seleção de dados, previsão, analogia, simbolização e autonomia.

Criar canários é um jogo. Para se divertir e estar feliz com esse jogo, é preciso aprender as regras e entender a intenção do jogo.

Com o passar do tempo aprendi a brincar de criar canário Gloster. Confesso que os melhores professores que tenho tido ultimamente são a paciência e o tempo para aprender. Por último, aprendi a não atribuir aos outros criadores os erros provocados pela minha ignorância. Esperteza é um mito e uma lenda que pertence à velha e esfarrapada tradição cultural dos antigos criadores de canários brasileiros.
Canário de boa qualidade para a reprodução é privilégio de quem sabe ver.

Autor: Antonio de Pádua Báfero in UCCC 017, Revista UCCC 2004

 

 

 

 

 

 

Iniciação á Canaricultura

 

Existem algumas considerações importantes na canaricultura, quer para os iniciados quer para actuais criadores.

  • Estudo da Canaricultura e Escolha da Raça

Quando queremos começar nesta arte devemos escolher qual a raça mais adequada e aquela que mais gostamos. Também não se deve começar por raças mais complexas de criar como os frisados parisienses ou outros. O canaricultor deve informar-se sobre que tipo de raças existem. Deverá ler sobre as várias raças de canários dentro das linhas de Cor de Porte ou de Canto. Dentro de cada uma delas deverá ver qual a raça que mais gosta e aquela que não seja muito difícil para iniciar. Isto porque só após alguma prática e depois de fazer alguns erros é possível melhorar os métodos de criação e arriscar um pouco mais.

Existem muitos livros sobre canários e suas raças, sendo a Internet também um excelente meio para obter esses conhecimentos. O meu conselho vai para que antes de começar a criar se leia e investigue um pouco o assunto.

  • Estudo da Raça

Após o criador ter escolhido a raça que quer criar e antes de começar a adquirir exemplares e começar a deitar dinheiro fora, deverá estudar em pormenor as características da raça escolhida. É esse tipo de estudo que tentei fazer com este Web Site, de forma a dar a conhecer as principais características da raça Glosters.

Quais são então os primeiros passos que devem ser tomados:

  • Estudar o Standard definido para a raça. Este documento define as características fundamentais da espécie e os factores que se deve procurar na escolha de uma ave. Todas as aves a concurso são ou devem ser avaliadas com base nestes critérios. Assim é fundamental a interiorização dessas características de tal forma a quando olhar para um exemplar dessa raça seja possível observar a existência ou falta de tais factores.
  • Observar as aves. Após o estudo do Standard o criador deverá começar a observar exemplares dessa raça em canaris de outros criadores. Deverá tentar saber quais os melhores criadores da raça em questão e trocar algumas ideias com eles. Não se deixe intimidar pela experiência dessas pessoas, pois como em tudo na vida também na canaricultura existem boas e más pessoas. Pessoas que apenas se interessam no lucro fácil e em realizar dinheiro à custa da pouca experiência de outros, não se importando para isso se tiverem de enganar e de aldrabar aqueles que estão a começar nesta arte. Este tipo de atitude por parte de alguns criadores é lamentável e tem levado a que alguns novatos tenham abandonado a vontade e o gosto da canaricultura. Procure comparar os pássaros que observa com aquilo que estudou.
  • Compra das Aves. Neste hobbie pode-se gastar algum dinheiro e o importante é decidir se queremos gastar bem ou mal esse dinheiro. Pois para além de pessoas menos dignas existem também outras prontas a ajudar. Observe a consistência das linhas da raça em questão nos criadores que visita. Um bom criador será aquele em que todos os seus pássaros manifestam boas características. Um criador que tem pássaros que correspondem ao standard e outros que manifestamente não apresentam essas características, decididamente não é um criador de topo. Não se deixe iludir pelo facto de alguns criadores serem também juízes. O facto de possuírem essa classificação não significa que só tenha bons exemplares e que lhe vá vender esses exemplares. Eu pessoalmente já gastei muito dinheiro mal gasto com essa atitude, mas aprendi com os meus erros. Aprenda a dizer NÃO quando lhe tentarem impingir canários e com conversas de que no casal um exemplar pode ser mauzinho mas que o outro parceiro compensa.
  • Instalações e tempo Disponível. É importante que o criador possua instalações adequadas, apresento algumas sugestões num artigo neste Web Site. No entanto, o criador só deverá ter o número de casais conforme o espaço e tempo que possua. Não vale a pena ter muitos casais para a criação e não ter um espaço adequado para estes, assim como para os filhotes que vão nascer. O criador deverá dedicar todos os dias algum tempo para observar e alimentar as aves. É preferível dispor ½ hora por dia para 6 ou 7 casais do que ½ hora por dia para 20 casais. De certeza que com a primeira opção irá ter muito melhores resultados do que na segunda.

 

 

 

Princípios Genéticos

 

01

Não se pretende neste documento fazer um estudo exaustivo sobre a genética dos seres vivos, nomeadamente das aves. O meu objectivo é o de apresentar alguns conceitos e termos fundamentais sobre esta matéria e que possa ajudar o criador no seu hobby. No entanto, aconselho que após esta leitura o leitor possa aprofundar os seus conhecimentos nesta matéria.

  • Características dos Seres Vivos

Com a excepção dos gémeos idênticos, que possuem a mesma composição genética, todos os seres humanos, diferem geneticamente uns dos outros. Desta forma, podemos afirmar que não existem seres vivos que sejam exactamente iguais em termos genéticos. Existe sempre alguma característica que é única e que faz com que determinado indivíduo se distinga dos outros. Mesmo que existam dois ou mais seres que possuam as mesmas características para determinados traços, nunca serão exactamente iguais em todas as características que os compõem.

Até à pouco tempo, a maioria dos criadores escolhiam os seus planteis para criação baseados apenas nas características visíveis, dando pouca importância à constituição genéticas dos mesmos. Estes criadores, que apenas utilizem estas técnicas, acabam em alguns casos também por trazer bons resultados, no entanto, através de muitas experiências e erros. Sendo que em muitos casos os bons resultados são esporádicos e não se manifestam na homogeneidade do seu plantel. Por vezes, conseguem criar campeões, mas com a mesma frequência obtém exemplares cujas características não os permitem sequer ir a exposições. Só após uma vida de esforço, sucesso, insucesso, experiências e erros é que conseguem alcançar um resultado satisfatório e obter um plantel com consistência.

Os criadores de animais que conseguem produzir esse padrão consistente, seja este um “bom” ou “mau” padrão, estão a criar exemplares geneticamente puros.

É importante quando falamos de genética começar a distinguir características hereditárias das características ambientais. Um criador pode ter um excelente exemplar, com as características geneticamente desejadas e puras, no entanto, se este não tiver as condições ambientais adequadas para que essas características genéticas se possam manifestar, de nada servem. Desta forma, as características genéticas são aquelas que são herdadas dos seus progenitores e as ambientais as que resultam das condicionantes do meio que os rodeia e que podem condicionar as genéticas. Por exemplo, se um determinado animal tiver perdido uma pata, não significa que seja não seja geneticamente interessante e que não possa originar excelentes exemplares. O que é importante reter é que o criador deve proporcionar as suas aves/animais o meio ambiente adequado para que estas possam criar e crescer de uma forma saudável. Problemas como uma alimentação incorrecta, falta de minerais, falta de limpeza, humidade, etc., podem não deixar que os animais “cresçam geneticamente” como deveriam.

  • Genética

Neste artigo já se aplicou a palavra “genética” por algumas vezes. Mas afinal o que significa este termo e para que serve?

Daqui em diante os exemplos que forem dados serão dados relativos a aves, nomeadamente aos canários, embora os conceitos se apliquem de uma forma geral a todos os seres vivos. Quando se faz um acasalamento entre as aves, existem dois elementos essenciais que irão dar origem aos filhotes: o Óvulo e o espermatozóide. O óvulo e o espermatozóide, contribuem através do macho e da fêmea, para a composição dos novos indivíduos. São estes elementos combinados que são a fonte dos traços e das características únicas dos embriões. Mais especificamente, a informação genética que determina a composição final de uma nova criatura encontra-se “armazeanada” em centenas de genes situados nos cromossomas existentes em cada célula viva.

Como já foi referido, não se pretende fazer uma descrição técnica desta ciência e falar em detalhe dos termos, conceitos e técnicas complexas, mas sim apresentar os conceitos básicos que ajudem o canaricultor. Resumindo, pelo menos o leitor deverá assimilar e compreender o significado dos termos dominante e recessivo e os conceitos associados de Homozigoto e Heterozigoto.

Para compreender os processos da hereditariedade, existem dois conceitos a ter em consideração:

  • Qualquer criatura é uma combinação mosaica única e composta de diversos traços ou características que são herdadas.
  • Os melhores exemplares para criação possuem uma alto grau de pureza genética para as características desejadas/ideais.

As Leis de Mendel

Gregor Mendel, um monge Austriaco do sec. XIX, descobriu as seguintes três regras básicas:

  • A Lei da dominância – Em cada célula de um ser vivo, as características herdadas estão “guardadas” em cromosomas, que por sua vez estão agrupados em pares cujo número varia com as diferentes espécies.
    Cada par de cromosomas contem um determinado número de pares de genes alinhados na sua cadeia. Cada um destes pares de genes determina uma determinada característica, ou pelo menos parte dela, dependendo se um ou os dois genes são dominantes ou recessivos.
    Um gene é considerado dominante porque quando agrupado com o seu par recessivo, sobrepõe ou domina o traço ou característica determinada por aquele par. Esta lei determina que para cada par de genes existem três configurações possíveis:
    • Os dois genes são dominantes – Homozigoto dominante
    • Os dois genes são recessivos – Homozigoto Recessivo
    • Ou um é dominante e o outro recessivo – Heterozigoto


    PAR DE GENES
    (A,A)
    (a,A)
    (a,a)
    Puro
    Impuro
    Puro
    Homozigota
    Heterozigota
    Homozigota
    Dominante
     
    Recessivo
 

Nota: A letra maiúscula significa Dominante

Desta forma, uma espécie que apenas possui um gene dominante para uma determinada característica que é governada por um par de genes, é heterozigota ou impura, para esse gene, tendo no entanto a mesma aparência para essa característica que um animal que tenha dois genes dominantes para essa característica, sendo puro ou homozigota.

  • A Lei da Segregação – Esta lei de Medel determina que cada gene independentemente de ser dominante ou recessivo mantém sempre as suas características durante o processo de reprodução.
  • A Lei da Classificação Independente – Esta lei está relacionada com a segunda e refere que cada gene é herdado independentemente dos outros genes.
     
  • Numa célula os genes encontram-se distribuídos ao longo de pares de cromossomas. Sendo que um gene de um particular par de genes encontra-se num sítio específico de um cromossoma, estando o seu parceiro na mesma posição do outro cromossoma correspondente.

     

 

Cada célula de uma ser vivo contem todo o programa genético desse ser. Sendo o óvulo e o espermatozóide os transportadores de toda a informação genética para os filhotes da próxima geração. O óvulo e o espermatozóide são criados através de um processo especial chamado meosis. Quando este processo está prestes a ocorrer todos os pares de cromossomas da primeira célula sexada “migram” para um dos lados de uma linha imaginária no centro da célula.

 

Cada espécie tem um número único de pares de cromossomas por célula, variando de 6 (estimado) para o canguru até 35 no camelo e 24 nos homens. Assim que o cromossoma tiver assumido a sua formação, a célula divide-se ao meio e cada membro do cromossoma vai para uma metade da nova célula. Assim, cada óvulo ou espermatozóide tem metade dos cromossomas e genes que irão fundar uma célula de um novo individuo, sendo a outra metade resultado da contribuição do outro progenitor.
Quando ocorre a fertilização, o óvulo e o espermatozóide unem-se, cada cromossoma localiza o respectivo parceiro e o processo de crescimento inicia-se. O novo individuo passa a possuir uma total combinação de genes e cromossomas numa combinação única.
Existem algumas excepções a esta regra nomeadamente uma conhecida por “sex-linkage” ou “ligação ao sexo”. Na maior parte dos animais, o macho é o determinador do sexo. Este tem um cromossoma “X” que suporta genes e outro cromossoma “Y” que não. A fêmea tem dois cromossomas “X”, ambos suportando informação genética. Assim e para parte dos casos da combinação genética dos cromossomas nas células sexadas, a cria quando recebe do macho o cromossoma “Y” que não suporta qualquer informação genética, acaba por receber toda a informação genética para esta característica da fêmea. O macho apenas transmite o cromossoma”Y” que faz deles machos.

Na maior parte das aves é a fêmea que determina o sexo, sendo então o processo o inverso do descrito.

Autoria: Miguel Soares in www.glosters.net

 

 

 

 

 

 

 

Dominância Genética

A maior dificuldade na criação de uma linha de campeões não é conseguir criar um canário que tire o primeiro lugar, o que é difícil é criar uma linha consistente, em que todas as aves possuam as mesmas características e todas elas possam pontuar nos concursos. Para atingir este objectivo o criador deve estudar um pouco de genética. Neste Web Site também está disponível um primeiro artigo que deve ser lido sobre este tema.

De seguida apresenta-se um conjunto de informação sobre factores dominantes, recessivos e factores ligados ao sexo. Também esta informação é importante para que o criador saiba o que está a fazer e aquilo que poderá encontrar nos acasalamentos.

Factores Dominantes e Recessivos


DOMINANTE
RECESSIVO
Oxidação
Diluição
Não Pastel
Pastel
Não Opala
Opala
Não Ino
Ino
Não Satinet
Satinet
Não Marfim
Marfim
Não Branco
Branco
Intenso
nevado
Eumelanina Negra
Eumelanina Castanha
Negros Castanhos
Castanhos
Negros Castanhos
Ágatas
Negros Castanhos
Isabelas